Diferenças que nos aproximam
Enquanto vagueava pelo Youtube, tinha este vídeo nas minhas recomendações (não devo ter sido a única). Apesar de curto, é um vídeo que me faz viajar no tempo e no espaço e me faz salivar (já explico o porquê de salivar), com imagens de imigrantes à chegada aos Estados Unidos no início do século XX.
A globalização é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, nos aproxima como seres humanos, facilita a partilha cultural e troca de ideias, por outro, tem-nos transformado em farinha do mesmo saco.
Há algum tempo que questiono a nossa definição de desenvolvimento e progresso e se estes passam por perdermos povos e respetivas identidades pela pressão imposta pelos valores ocidentais. Mas, olhando para trás, percebemos que a história tem sido isso mesmo, principalmente desde o século XVI.
Sou da opinião que as diferenças aproximam as pessoas e que, apesar de todos termos experiências diferentes e as mais variadas origens e educações, encontramos sempre conteúdo que nos aproxima. E se não encontramos este conteúdo na troca de culturas, encontramos, com certeza, na única característica que nos une. A nossa humanidade, as nossas emoções e sentimentos. E claro... COMIDA!
Há 2 anos, numa conversa com uns turistas, disse-lhes que não gosto de fronteiras. Não gosto de nacionalismos (os políticos) nem patriotismos muito menos dos extremismos que daí advém no contexto político atual. A nossa identidade cultural já está marcada no tempo e na história e as fronteiras físicas já não me parecem ser essenciais. Obviamente que a realidade é bem mais complexa. E se por um lado essas fronteiras são necessárias, o seu desaparecimento poderia acelerar o sumiço da nossa diversidade.