A Introvertida

és CEO mas dáj errus bázicos nu purtuguês...

haja paciência para tanta cagança

Pergunta Original: What if I didn’t have an opinion about this?

numa era de egoísmo como é a actual, formular e demonstrar opiniões parece ser um requisito obrigatório para sentirmos que temos direito a um lugarzinho na sociedade. mesmo que sem fundamento. opiniões sobre determinado assunto podem ser concebidas após muitos anos de estudo, investigação e especialização. nos dias de hoje, basta ouver um vídeo numa rede social para que muitas pessoas se sintam na capacidade de especialistas.

uma vez que um dos objectivos do estoicismo é conseguirmos separarmo-nos do ego, a questão pretende fazer-nos entender que nós não somos as nossas opiniões. a nossa sociedade é tão materialista que entende como materialismo o apego a tudo o que seja visível. contudo, a meu ver (e isto é opinião ), o ego, e tudo o que lhe esteja relacionado, é material, incluindo opiniões. a opinião é uma expressão do ego e, como tal, o nosso quotidiano funciona como um círculo vicioso em que o ego se alimenta de opiniões e em que a falsa sensação de poder e saber procura desenvolver mais opiniões. opinião não é poder, muito menos saber.

tenho uma característica que, honestamente, não sei se é má nem se é boa mas, quando um assunto me é distante e não me afecta pessoal e directamente, tenho opinião sobre determinado assunto mas não sou capaz de expressá-la abertamente porque provavelmente, aquilo que sei sobre o assunto é muito superficial. hoje em dias as coisas parecem ter de ser todas preto no branco, sim ou não, a favor ou contra. não há meio termo, já não existem nins nem vários tons de cinzento. há apenas dois lados da barricada, mas não me lembro de estar em guerra!

o caminho tem-se feito para uma polarização da sociedade, baseada em emoções e opiniões e opiniões alimentadas por emoções e vice-versa. as pessoas gritam, enervam-se, matam-se e magoam-se por isto. por emoções e por opiniões. o estoicismo alerta-nos para o facto de que temos poder sobre nós próprios, sobre as nossas acções e sobre os nossos pensamentos porque são nossos mas não constituem a nossa essência. não têm o poder de nos afectar o estado de espírito nem moldar o nosso bom senso enquanto ser com alma.

tenho um jardim atrás do meu prédio onde famílias vêm passar as tardes de sol, miúdos e graúdos jogam à bola, moradores passeiam os cães, etc.

reparei numa senhora que se agachava para tirar umas fotos daquelas margaridas pequeninas que nascem nos relvados. assim que terminou, levantou-se e continuou o seu caminho, pisando essas mesmas margaridas...

de ser conservador?

uma habilitação literária suplanta a dignidade humana?

Já queria ter feito isto há algum tempo e quero ver se consigo fazer algumas reflexões sobre o mês que passou, todos os meses.

Não posso dizer que tenha memórias felizes de Janeiro. 2022 terminou bem mas o ano começou com alguma tensão. Tenho noção de não estar a gerir bem as minhas emoções. De estar "estaladiça". Parece que tenho vindo a acumular alguma tensão e a não lidar com o que me preocupa. As minhas aulas de contabilidade começaram no final de Novembro e já vamos bem embalados. Não tem sido fácil conseguir tempo para fazer tudo o que se quer feito. Vou tendo memórias de encorajamento por parte dos outros quando me sinto mais em baixo e quando não acredito em mim mas continuo a duvidar da utilidade do que faço profissionalmente. Continuo sem compreender que rumo quero tomar. Por muito que acredite que uma profissão não possa ser assim tão importante, não consigo encontrar sentido no que faço. Há outros factores que vão tendo peso na minha insatisfação e que, embora, não se relacionem directamente comigo afectam-me. Nomeadamente a injustiça que sinto quando vejo as pessoas à minha volta conseguirem o que querem de formas pouco morais. Mas não quero entrar em moralismos.

Janeiro foi um mês de testes durante o meu curso sem conseguir encontrar tempo para estudar a sério. Nem sei se sei estudar a sério! Algumas aulas são muito difíceis de acompanhar, especialmente sendo online e principalmente após um dia de trabalho e 3 horas de transportes em cima. Tive algumas crises de ansiedade e quase pânico enquanto estudava o que adiciona um pouco mais à espiral "sem controlo sobre as minhas emoções". O stress dos testes acabou por se resolver. Não estou a fazer o curso pelas notas mas pelo conhecimento. O desafio está em manter isto presente.

O maior desafio está ainda para ser dominado. E para cada passo que parece que dou em frente, seguem-se dois ou três atrás.

o 9 de fevereiro de 2023 só augura caos? ...