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A Introvertida

Introvertida. Intuitiva. Sentimental. Perceptiva.

30
Mar21

O Gambito da Rainha

**SPOILER** A série não é sobre xadrez

Não me considero feminista - não, pelo menos, no contexto atual - e não sou uma americana nacionalista. Tampouco percebo de cinema e produção. Talvez por isso não gostei desta série. Tinha-a na minha lista de espera por todo o sururu à sua volta mas... ou alguma coisa me escapou ou a série é tão superficial como eu a interpreto. Apesar de ser uma série que capta a estética e o ambiente dos anos 50 e 60, reflete imenso os valores que latejam nos dias de hoje e - desculpem a frontalidade - é quase uma forma subtil de lavagem cerebral.

Os primeiros episódios são mais interessantes e parece que vão mesmo funcionar como catapulta para algo mais interessante. Percebemos a história da personagem principal, compreendemos os problemas e traumas por que passou na infância mas falta algo. Falta emoção. Tudo parece mecanizado. Pouco sentido. Foi-me extremamente difícil sentir empatia por ela. Sei que é uma mini série de ficção mas a história é surreal e absurda. Para uma adolescente que não sabe quem é e não tem tempo para se encontrar, tem uma personalidade mimada, empertigada e pouco humilde e, ao mesmo tempo, confusa, pouco empática, o que me causa alguma confusão do porque é que toda a gente a apoia e a vai ajudando ao longo da sua ascensão no mundo do xadrez.

O diálogo é fraco, a tal ponto que até eu poderia ter escrito a série... É parado... não há profundidade. É básico.

Algo que não dá para ignorar na série é que estamos a falar de uma jovem mulher, na década de 60 (década de ativismo, emancipação feminina, Guerra Fria...), que vai conquistando títulos em competições de xadrez sempre contra homens. Sempre contra homens. E quando não ganha (se não me engano foram apenas três vezes) sai disparada do torneio a chorar. O grande objetivo é chegar a Moscovo e derrotar o grande mestre do xadrez soviético (claro está!). Até aprende russo fluentemente em escassos meses! Ao longo da série é óbvia a bajulação dos homens e da população russa fã de xadrez que se interessou pela menina prodígio. Há uma diabolização da figura paterna (pais que abandonam a família) mas uma quase apologia à figura materna que não a trata melhor (introdução ao álcool e oportunismo). Antes de ver o último episódio fiquei a saber que em torneios de xadrez as mulheres não jogam contra homens e há, nesse último episódio, uma referência à campeã mundial feminina (russa) que nunca tinha jogado contra homens.

Portanto, não só é uma mulher que joga contra homens como é a única mulher americana que joga contra homens internacionalmente.

Parece que os criadores da série apenas querem provar algo com uma cara laroca que, é inteligente porque aprende xadrez, mas cujos únicos interesses são roupa. E fazer beicinho. E o cliché das bebidas e "drogas"... mas a série é uma aglomerado de clichés de qualquer forma.

O fim é demasiado previsível... Nem vale a pena comentar.

Não sei se é da atriz - só a vi em Peaky Blinders num papel secundário - mas foi a segunda pior série que vi. A que menos gostei nem me dei ao trabalho de ver além do primeiro episódio.

Não acho que as mulheres (ou qualquer outra pessoa) tenham de provar o que quer que seja aos homens. A Ninguém. E, como disse no início, a série pouco ou nada tem a ver com xadrez. Mas como não jogo nem sei jogar, deve-me ter escapado algo.

daqui

29
Mar21

A Beleza dos Detalhes

Pergunta original: Can I find grace and harmony in places others overlook?

Em 2018 viajei com uma pessoa que não conhecia. Tínhamos uma amiga em comum que viajou connosco e serviu de ponte entre os dois. Partilhávamos o mesmo gosto pela fotografia com a diferença de que ele se dedicava a essa arte de forma mais empenhada e era (e suponho que ainda seja) um hobby sério, quase profissional. Apesar de ter levado a sua máquina xpto, decidiu nunca a utilizar preferindo explorar o seu novo telemóvel.

Quando partilhou as suas fotografias connosco admirei a sua sensibilidade ao detalhe e a forma como o consegue captar na sua forma de fotografar. E muitas vezes são objetos que não vemos ou lugares por onde passamos e para onde não olhamos duas vezes.

Procuramos belezas óbvias e lugares cliché para nos sentirmos bem mas creio que a pergunta tem a intenção de nos fazer entender que podemos encontrar equilíbrio e bem estar no mundano. No comboio da linha de Cascais os lugares do lado costeiro são os que se ocupam primeiro. Ninguém quer olhar para paredes graffittadas nem para os empreendimentos em betão, muito menos para as casas degradadas.

Sei que vivemos uma era de adormecimento. Dá-nos demasiado trabalho olhar para algo feio e fazer um exercício de imaginação. Mas não mudaria a nossa compreensão do mundo?

Não sou grande fotógrafa apesar de gostar da arte, mas fica, para variar, uma foto tirada por mim.

IMG_20181214_204102.jpg

(...) baking bread splits in places and those cracks, while not intended in the baker’s art, catch our eye and serve to stir our appetite.

Marco Aurélio

26
Mar21

Intuição

Atenção que o título induz em erro mas serve como ponto de partida para a minha pequena história.

Após muito tempo sem fazer trabalho voluntário, voltei ao ativo quando (e talvez um pouco tarde demais) me apercebi que os tempos que se avizinhavam iam ser monótonos, o meu ritmo iria abrandar substancialmente e iria ter demasiado tempo livre. Toca de abrir o sítio da bolsa de voluntariado e ver o que poderia fazer. Mostrei interesse em diversas organizações e posições e acabei por me associar a duas contra o desperdício alimentar. Quando fui a uma delas pela primeira vez não sabia que tínhamos direito a trazer um cabaz para casa pelo que voltei de mãos a abanar. Na última vez que lá fui, antes de sair de casa verifiquei se levava saco comigo (ando sempre com um daqueles de pano) e o instinto disse-me para levar um saquinho de rede nylon (que agora se vê em alternativa aos de plástico para fruta e vegetais), fosse preciso trazer algum produto mais maduro. Dito e feito! Havia moranguinhos e o saquinho deu um jeitaço!

Esta segunda-feira, na manhã da minha entrevista, tinha um lembrete de atualização no meu portátil. Normalmente ignoro e uso o computador até ficar sem bateria e ele atualiza sozinho quando reinicia. Naquela manhã, detive-me demasiados milissegundos a olhar para a notificação. O meu instinto disse "não carregues" mas qual miúda de três anos, iniciei as atualizações. Cinco minutos antes da entrevista, clico na ligação para o Microsoft Teams e... nada! Pensei que o link pudesse ativar apenas à hora da entrevista, esperei e continuava sem dar. Entrei em pânico! Só consegui entrar na entrevista com dez minutos de atraso e apenas por voz. Se calhar foi pelo melhor porque esqueci-me de trocar de roupa e ia fazer a entrevista com uma camisa de dormir 

Moral da história: nunca ignorar aquele nosso primeiro instinto. Tudo o que venha depois disso já foi processado, pensado e repensado.

daqui

25
Mar21

Vinte e Cinco de Março

O dia de hoje vai ficar marcado. Se pela negativa ou positiva só daqui a um ano saberei.

Sorvia eu, esta manhã, pouco antes das dez, o pouco que restava do meu chá em jejum (250 ml água, 5 rodelas de gengibre fresco, meia colher de café de curcuma em pó e uma colher de chá de erva doce, ferve, coa e bebe) quando recebo uma chamada. Do outro lado, uma voz jovem e entusiasta parabenizava-me por ter passado todas as quatro fases de recrutamento para uma experiência que, creio, se revelará uma verdadeira prova à minha paciência e resiliência e, obviamente, à inteligência que tantos dizem ver em mim (eu excluída). A entrevista de segunda-feira correu bem, portanto. Agradeço as good vibes de todos os que leram o meu pedido  Prevejo o nascimento de vários cabelos brancos na minha farta cabeleira negra nos próximos 9 meses.

O dia fica, também, marcado pela minha última visita ao psiquiatra - ou assim espero. Não estando numa dose muito alta - pelo que entendo - começo agora uma fase de desmame pedida por mim para ver como me adapto à diminuição da dose com os níveis de stress mais altos, contando em conseguir aplicar todas as ferramentas que fui interiorizando e aplicando neste último ano tão atípico.

daqui

24
Mar21

Nervoso Miudinho

Nos tempos que correm a maioria das entrevistas são feitas por videoconferência. Mas isto sou eu a supor.

Há um fenómeno a que me apetece chamar-lhe agora, no calor no momento, de síndrome do bloqueio pré entrevista online, i.e., meia hora antes da entrevista, quando o meu chromebook me avisa (como se eu não soubesse) que tenho uma entrevista a certa hora, o meu corpo enrijece. Detenho-me em frente ao computador sem saber onde nem como colocar as mãos. O coração acelera. Mais ainda quando penso no que pode correr mal. Afinal de contas estamos a lidar com máquinas temperamentais que, quando bem lhes apetece, fazem birras e deixam de funcionar.

Mas dizia eu... Bloqueio pré entrevista... Sim. Meia hora antes da entrevista já tenho o email à minha frente, a postos para clicar no link mágico e nesta meia hora sou incapaz de me mexer. Sinto-me gelada e o meu corpo deixa de responder. Nesta meia hora, de um quase pânico, conto as batidas do meu coração e olho, simplesmente, para o ecrã, à espera que a hora H chegue.

daqui

16
Mar21

História Secreta do Mundo

de Jonathan Black

Terminei, finalmente, de ler este livro. Uma pequena maratona de pouco mais de dois meses.

Para alguém que se interessa a sério pelo esoterismo e história oculta este é um livro a ler. Considero-me uma pessoa de mente aberta, choco-me com pouca coisa e acho que consigo manter as expectativas em níveis saudáveis e há algumas passagens na História Secreta do Mundo que me fizeram torcer o nariz e o meu cepticismo venceu. A leitura deste livro apenas aumentou ainda mais a minha curiosidade sobre o assunto.

É o resultado de 20 anos de estudo do autor do livro que o divide em 28 capítulos e que nos levam à criação do Universo e à criação do Homem, salienta a importância de personagens importantes da História mundial, deuses e semideuses, ritos de iniciação, ressalva a influência dos ensinamentos iniciáticos nos artistas e nas suas obras e o contributo destas para a sociedade, e a influência das religiões para aquilo que será um dia, o retornar à nossa consciência espiritual como já foi tão natural como o ar que respiramos.

Não posso deixar de levar o livro a sério pois revi muito do que li nas aulas de filosofia prática a que assisto desde Janeiro. Existe uma clara convergência na mensagem passada mas ainda não consigo decidir de que lado da cerca estou.

SINOPSE

E SE AQUILO QUE NOS CONTARAM FOR APENAS UMA PARTE DA HISTÓRIA?

Diz-se que a História é escrita pelos vencedores, mas… e se a História - ou o que conhecemos dela - tiver sido escrita pelas mãos erradas? E se aquilo que nos contaram for apenas uma parte, a versão dominante após séculos de disputa entre visões opostas do mundo?
História Secreta do Mundo, de Jonathan Black, resulta de mais de vinte anos de pesquisa e dá-nos um guia completo e definitivo da História do mundo e da Humanidade. Partindo dos ensinamentos das antigas escolas de mistérios e sociedades secretas - preservados ao longo dos séculos por algumas (poucas) pessoas e grupos como os Templários, os Maçons, os Rosacruzes ou os Illuminati -, recupera as origens do pensamento filosófico e esotérico, e reconta a História da Terra e das civilizações a partir de uma visão alternativa dos acontecimentos.
Ao ler este livro, ficará a saber que as sociedades antigas eram profundíssimas conhecedoras da astrologia e da matemática, investigavam a origem do Universo e do planeta Terra e tinham plena noção da teoria da evolução, séculos antes de Darwin. Perceberá também que o conhecimento de fórmulas químicas e matemáticas secretas influenciou a ciência, a arte e a arquitetura, e ficará a conhecer as leis misteriosas que sustentam a História, desenvolvidas e guardadas secretamente ao longo dos séculos.

DESCUBRA OS GRANDES MISTÉRIOS DESCONHECIDOS DO MUNDO

Apoiando-se em numerosas fontes e documentos históricos, História Secreta do Mundo leva-nos numa incrível viagem pelos grandes mistérios, por ensinamentos que cativaram personalidades como Leonardo da Vinci, Isaac Newton ou William Shakespeare, e relata a completa e verdadeira gesta da Humanidade desde o início dos tempos até aos dias de hoje.

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